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A Morte Feliz de Albert Camus.

  • Foto do escritor: Sofia
    Sofia
  • 29 de nov. de 2020
  • 2 min de leitura


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Olá Ilustres!

Hoje trago-vos mais uma peça, que reflete sobre o valor da felicidade.


O livro: A Morte Feliz de Albert Camus.



A minha edição é da LIVROS DO BRASIL, livro de capa mole, com 124 páginas, dividido em duas partes: Morte Natural e A Morte Consciente. Esta obra foi concebida entre 1936 e 1938, somente publicada em 1971. Hoje, esta obra é vista como o primeiro ensaio daquela que seria a sua obra mais difundida e conhecida “O Estrangeiro”, tal se confirma, pelos protagonistas partilharem um nome semelhante.

A opinião:

Em primeira instância, é interessante referir que as similitudes entre O Estrangeiro e A Morte Feliz são imensas, podendo notá-las logo nos protagonistas, sendo que o nome de ambos sofre do mesmo jogo de palavras, Mersault (A Morte Feliz) e Meursault (O Estrangeiro), dois escriturários de profissão, que cometem um assassinato.

A primeira parte do livro, Morte Consciente, contextualiza-nos Mersault, descrevendo o seu quotidiano em Argel, monótono e desinteressante, contudo, a sua vida sofre uma reviravolta quando, através de Marthe, conhece Zagreus, um homem, que devido a um acidente, perdeu as suas pernas, no entanto, a sua invalidez é “compensada” pela sua riqueza, que lhe permite ter uma vida bastante qualitativa.

Zagreus representa o fascínio dos homens frustrados pelos homens “maravilhosos”, e num diálogo honesto, concebe a tese que, para se ser feliz, é necessário ter tempo, para se ter uma libertação total, quanto ao domínio do tempo, é necessário ter dinheiro. Esta conversa surge como mote para a execução de um crime cruel, que lhe permitiu a obtenção do dinheiro suficiente, que lhe permitiu a sua busca pela felicidade.

A segunda parte do livro, traz-nos a demanda de Mersault na busca pela felicidade. Nesta, o protagonista abandona Argel, viaja pela Europa e vai compreendendo o negrume da cidade em que se aloja primariamente, mas ao mesmo tempo, o seu corpo, antes apreciado por Zagreus, agora portador de uma doença, que se tornará fatal.

Após várias interações, nomeadamente, com uma “família” de jovens libertinas e apreciadoras da felicidade, vai concebendo a sua própria noção e caminho para a felicidade. No entanto, ao conhecer Bernard, e criando uma relação sólida e genuína, Mersault sente pela primeira vez, necessidade de desabafar sobre o crime atroz, que cometeu, não o fazendo por receio de ser julgado.

O protagonista padece de uma indiferença apática perante a vidam não se permite entregar, de modo algum, pois aprecia a simples felicidade da existência, é feliz apreciando. Embora esta demanda seja conturbada pelo descontentamento e pela sensação de incompleto, não se torna marca essencial na vida de Mersault.

Não fiquei muito fã do livro, não é que tenha desgostado, simplesmente criei muitas expectativas, por ter o autor em muita consideração, ficando bastante desapontada. A ideia da felicidade se atingir pela liberdade é idealista e bela, na minha opinião, no entanto, a forma como é obtida por Merlsault é condenável e destrói esse ideal.

Não desaconselho a leitura desta obra, no entanto, como me senti desapontada, acabo por não considerar uma peça essencial, da obra de Albert Camus, mas relevante, na compreensão d’O Estrangeiro.


E vocês? Já o leram? O que acharam?


Citação destacada:

“E a morte era um gesto que priva para sempre de água o viajante que procurou em vão acalmar a sede.”

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