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A Quinta dos Animais de George Orwell

  • Foto do escritor: Sofia
    Sofia
  • 29 de nov. de 2020
  • 3 min de leitura

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Bem-vindos ilustres, a este meu novo universo intimista, em que me exponho de uma forma translúcida e própria, cuja variação de temas será, espero eu, vasta, no entanto, tendo como enfoque, os meus gostos. Esperem uma bruxaria de todo tamanho!

Hoje, trago-vos um posto especialmente dedicado a um livro, cuja leitura me deliciou de um modo inexplicável.

O livro: A Quinta dos Animais de George Orwell.



A minha edição é da Antígona, de capa mole, com 156 páginas, no entanto, da página 122 à página 156 não compreendem a narrativa, apresentam-nos dois apêndices redigidos especialmente para este livro, concebidos pelo próprio George Orwell, sendo o primeiro uma apreciação crítica sobre a posição da Inglaterra e da censura voluntária dos jornais ingleses, face a Rússia e as notícias sensacionalistas; o segundo é uma versão solicitada para acoplar à tradução ucraniana, que se dirigisse para ucranianos que estivessem a viver na Alemanha, depois da Segunda Guerra Mundial, em campos, cuja administração seria britânica ou americana, destinados para pessoas deslocadas.

A opinião:


A Capa


Em relação à capa, é bastante simples e neutra, não é especialmente bonita. A capa e a contracapa são de cor preta, o que eu acho positivo, mas a disposição dos elementos e até a sua escolha não são de especial cuidado. A lombada é branca. Sinceramente, comprei o livro pelo seu conteúdo e pelo meu fanatismo pelo autor, nem tanto pela estética da edição, que não é muito atraente, na minha opinião.

O Enredo


A obra contempla um conto, todo ele uma metáfora, que “compara”, satiricamente, uma revolução de animais, numa quinta repleta de opressão, com a União Soviética, liderada por Estaline.

Tal como notamos em 1984, a temática é a União Soviética aquando do período fascista, no entanto, este conto mostra-nos a ascensão dum regime ditatorial, portanto, o percurso e as condições necessárias para que seja implementado um regime fascista com a devida firmeza, acusando as fragilidades da sociedade e as desvantagens e uma população aletrada e sem espírito crítico. A progressão do conto é altamente relacionável com a história, criando bastante empatia com as memórias do que estudamos na disciplina de História, e quem tem interesse, leu e viu sobre o assunto.

Na Quinta do Infantado, o porco mais sábio, Major, transmite o seu sonho de uma sociedade igual, em que os animais se apoiam e interajudam, numa existência pacifica e próspera. Para isso, seria necessário a alcançar liberdade, através da destituição do tirânico Homem, que os subjugava. No entanto, após a morte de Major, a Revolução dos Bichos é executada e sucedida, sucedendo-lhe, um período de ditadura e apropriação de valores, de modo a manipular a “sociedade dos bichos”, por parte dos próprios animais. Esta situação é comparável à apropriação dos valores Marxistas, por parte de Estaline, para a construção de uma União Soviética Estalinista, assombrada pelo medo, pela violência, pelas purgas e pelo oportunismo.

Através desta analogia, percebemos que, a igualdade é algo muito subjetivo e idílico, pois há animais mais iguais que outros, sendo esta uma moral muito atual. As desigualdades são absurdas e continuamos numa luta constante pelo que nunca havemos de adquirir, igualdade.

Na minha opinião, enquanto formos liderados, existirão hierarquias, estas que nos subjugarão e impedirão de viver de forma pacífica.


A igualdade não passa de algo pregado, pois somos influenciados e manipulados, pensamos sempre que há alguém pior que nós, arranjam-nos um mote para odiarmos e pouco tempo nos deixam para pensar. Além disso, as notícias sensacionalistas são um MUST nesta questão, que transformam a realidade em ficção e nos corrompem a realidade, da forma mais reles e miserável.


Personagens:



A personagem que mais apreciei, e infelizmente, mais tristeza me deu, foi o Trovão, um cavalo repleto de força e obstinado, capaz de trabalhar com afinco e disciplina, para um bem maior e global, incapaz de aprender todas as letras do alfabeto, mas sonhava, na reforma, aprender mais. Pelo excesso de esforço, desgastou o seu corpo e não teve direito a uma reforma condigna, despertando em mim uma agonia, pois faço sempre a ponte entre o que leio e a realidade. Relembrei-me de casos que conheci, representativos desta analogia.

A personagem que mais odiei (neste caso, posso empregar de espontânea vontade, este sentimento) foi, sem sombra de dúvida, Napoleão, que cego pela sua ambição e egoísmo, desvalorizou todo e qualquer esforço, criando uma elite e uma força ditatorial sólida, através da manipulação, da chacina e da violência. Vendo o seu povo com fome, exigia para si e para os seus, os porcos e os cães criados por si, a maioria da alimentação disponível, sem corresponder com qualquer trabalho, contrariamente aos que sofriam.


Citação destacada:


“(…) uma sociedade de animais livres da fome e do chicote, todos iguais, cada qual a trabalhar de acordo com as suas capacidades, com os fortes a proteger os fracos, (…)”

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