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Reflexão sobre a Interculturalidade

  • Foto do escritor: Sofia
    Sofia
  • 29 de nov. de 2020
  • 3 min de leitura

Olá Ilustres!


Hoje trago-vos um tema curioso.

Estive a ler um artigo de 2010, nomeado “As diferenças que nos unem. Literatura e interculturalidade.” de Morgado, que me levou a ponderar sobre a educação intercultural, tema mais que atual, tendo em conta os infortúnios ainda praticados no mundo e as mentalidades que ainda prevalecem. Irei formular a minha reflexão tendo em conta este artigo e conhecimentos pré-adquiridos, portanto, se pretendem mais informação, basta procurarem o artigo.

Então, tal como o nome indica, multiculturalismo é sinónimo de multi culturas, ou seja, muitas culturas. Este conceito predispõe que estejamos rodeados de variadíssimas culturas, que não a nossa. A existência de tantas culturas é propicia ao choque cultural, motivando a intolerância, contudo, existem formas de “anular” esta intolerância, promovendo espaços de interculturalidade.

O que me leva a pensar: Será necessário promover a educação intercultural? E o que é a interculturalidade?


Bem, a interculturalidade é a construção de um espaço comum, ou seja, um espaço de partilha sem sobreposições, implica, obrigatoriamente, segundo Teresa Aguado, a construção de um património comum, que envolva as variadíssimas culturas, um espaço livre e interativo, mas ao mesmo tempo restrito pelos “valores universais”.

Instantaneamente percebemos que está tudo ao contrário, pois o que assistimos mormente é acusações de apropriações culturais, intolerância e opressão, em todos os sentidos, contrariando o verdadeiro sentido da interculturalidade, levando-me a crer que o próprio ativismo está perdendo o foco, mas mantendo exageradamente a fé, claro, isto falando de situações muito concretas, não se situações graves, em que a voz é a essência e a projeção de todas as almas.


E a educação intercultural? Bem, tendo em conta o conceito de interculturalidade, podemos imediatamente descartar as seguintes opções:

Não é…

…inclusão de várias culturas como temáticas, nos programas;

… celebração das variadas festividades alheias à cultura predominante de um país;

… motivação para slogans que envolvam os direitos humanos, que por si só, já promovem a distinção entre culturas;

… uma forma de transformar as “culturas dos outros” na “nossa”, alterando a sua forma de estar;

… não é enaltecer minorias, como forma de mediação de conflitos, de modo a que os “outros” se “integrem”.


A educação intercultural é compreender a diferença e aprender com ela, criar um espaço seguro e acrítico, um espaço em que os alunos se compreendam e apreendam as diferenças, tornando-as iguais, promovendo a igualdade, em todos os campos, num universo global, assumindo que as diferenças são o vínculo e não o muro.

“A gestão da diferença pode resultar em projectos muito diversos, cujo espectro decorre entre os seguintes dois pólos: de um lado, promover a igualdade e a integração de pessoas, tendo em conta as suas diferenças (étnico-raciais, de classe social, de género, de opção de identidade sexual, de educação, de valores) e o seu direito à diferença. Do outro lado, trabalhar os recursos simbólicos, sociais e económicos da cultura dominante e as atitudes culturais hegemónicas de modo a incluir culturas minoritárias numa nova síntese capaz de criar aquilo que certos autores designam por ‘terceiro espaço’, um espaço híbrido e de intersecção onde cabem novas possibilidades de relação que não opõem apenas o que é dominante ao que é minoritário de modo dual (Bhabha, 1990; Soja, 1996).”


Como havíamos falado, a inserção do prefixo “inter”, em cultural, concebe um espaço mútuo e promissor, enquanto que a atribuição do prefixo “multi” não nos protege do domínio e da hierarquia cultural, de um espaço/tempo.


E a literatura?


A Literatura tem um papel fundamental, pois contacta com o leitor diretamente, moldando a personalidade, os valores e os princípios. Assim, a literatura infantil deve optar por valorizar as mais variadas culturas, desconstruindo os preconceitos; trabalhar valores como democracia, justiça, equidade, liberdade, ou tudo o que for representativo da inclusão; deve promover uma comparação entre os vários folclores, deve ser vasta e ampla, contemplar textos das mais variadas culturas; motivar a leituras críticas e organizadas, que fomentem os espirito crítico e empático, num ambiente social.


Bem, esta foi a minha reflexão de hoje. Para vocês, qual é a função da educação intercultural? Apresentem os vossos argumentos!

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